segunda-feira, 19 de março de 2012

infértil

a palavra de ontem ainda nos serve, somos assim perseguidos pelo dito.

abrevio o que posso e ainda não foi tudo.

nua, transparente e ainda margem, é assim que recolhemos nossos esforços

despistei teu sexo, tomei para mim, catei cada sentido


lembro quando estavas longe e tuas mãos continuavam aqui,

agora me basta o cálice manchado, uma água turva para o banho, uma cópia surrada do Klee na parede e teus sonhos tortos


não há salvação no verbo

domingo, 29 de janeiro de 2012

não tenho a vida recortada, atravesso a rua e ainda é domingo, fagulhas de futuro ao ar, lanço mão. Era assim, eu ir e você recuar, e numa sinistra ciranda não haver lugar comum, mas daí passou.

Ontem eu fui, e aí não era nada, como ser? para flutuar e ser válido não pode deixar afogar as pernas na água, o corpo deve ficar todo ereto, com exceção ao dorso, tudo deve ficar exposto, assim água e atmosfera são equilibrados pelo corpo que segue conforme a vontade dos dois.

penumbro minha casa para que haja alguma fantasia