sexta-feira, 29 de outubro de 2010

não acredito no contido,
nem naquele que reserva partes para loucura

aspiro explosões e o dizer sempre prestes a emergir
paixão em mãos fortes que me tomem por último e segundo

ontem me revirei na indiferença,
agora já nem faz tanto sentido
são apenas cinco camadas de orgulho
talvez, ainda chegue lá


nas camas frias de um eminente verão vou me recolhendo
só para escapar do vento e da dor


domingo, 24 de outubro de 2010

meu amor tem pernas longas até o sol
pela noite tem meu cheiro em azul turquesa
e sou dele a medida da tranquilidade e das pedras em verde _ mar

meu dia só acaba, quando farto de tudo,
retorno ao lar de madeira e folhas e lá repouso de todo que não é meu

não sinto mais saudades de ser inteiro
é gostoso dar a vida para esquecer
esticar as palavras sem sentido,
espreguiçar como se sempre fosse bom

não quero acordar hoje, meu peito continua aberto e não o terei aos meus olhos, não enxergo bem na luz do dia

quero pernas de pau para alcançá-lo

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

passagem

grita com o umbigo
sussurra quem és ao lado oposto de mim

deixa eu desperdiçar meu sofrimento em goles pequenos de um mate gelado

ainda não vi muito da vida

e também não quero ver como você

pode voltar que eu já finquei um dos pés

sábado, 2 de outubro de 2010

gostava das telhas soltas e de vaga-lumes brancos sobre o teto

carregando um pedaço de pano sobre as letras omitia cada trecho de uma história longa

há mais de mim nos outros que aqui dentro