sábado, 6 de novembro de 2010

ode a Ariana ou a arte de ouvir

hoje
tudo foi tão teórico, mas eu queria sair, daqui pra lá
queria ouvir alguma coisa nova, ainda não deu
voltei para o início
eu queria contar uma história e deixar tudo ficar bem, mas narrativas não são meu forte, prefiro poesia e música, não que eu saiba fazer alguma, é só para experimentar. havia um tempo em que burocracia e mediocridade estavam próximas, hoje eu tenho que ficar feliz por mim mesmo, já me pensei melhor, hoje colho romãs, mamãe diz que dá sorte.
Penso em Dionísio e Ariana, por não serem felizes era possível, li algo agora pouco, talvez amor e felicidade não combinem, também já fui melhor com moda.
Um dia tu me chegaste feliz, mas nem lembro que dia foi, acho que tomaste do meu remédio, é aquele tarja preta e que deixa pra baixo, queria ser feliz sem saber. esqueci que não gosta de música.
outro dia achei uma goiaba "devez", verde por fora e vermelha dentro, são as mais gostosas e as do alto nunca tem bicho, lá não dá pra pegar, quem sabe amanhã?
eu ainda gosto de poesia e nunca te ouvi, acontece a gente não ser assim, margarina e pão, olho e boca.
Poderia falar hoje sobre um filme que não vi, Bergman me cai bem, lembra dele? um dia, melhor, uma noite dessas com solvente tu me apresentaste algo parecido, mas assim acaba sempre dia, palavras frígidas,
Ariana negando seu amor, logo ela, quem espera e mente, Hilda também sabia cantar.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

não acredito no contido,
nem naquele que reserva partes para loucura

aspiro explosões e o dizer sempre prestes a emergir
paixão em mãos fortes que me tomem por último e segundo

ontem me revirei na indiferença,
agora já nem faz tanto sentido
são apenas cinco camadas de orgulho
talvez, ainda chegue lá


nas camas frias de um eminente verão vou me recolhendo
só para escapar do vento e da dor


domingo, 24 de outubro de 2010

meu amor tem pernas longas até o sol
pela noite tem meu cheiro em azul turquesa
e sou dele a medida da tranquilidade e das pedras em verde _ mar

meu dia só acaba, quando farto de tudo,
retorno ao lar de madeira e folhas e lá repouso de todo que não é meu

não sinto mais saudades de ser inteiro
é gostoso dar a vida para esquecer
esticar as palavras sem sentido,
espreguiçar como se sempre fosse bom

não quero acordar hoje, meu peito continua aberto e não o terei aos meus olhos, não enxergo bem na luz do dia

quero pernas de pau para alcançá-lo

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

passagem

grita com o umbigo
sussurra quem és ao lado oposto de mim

deixa eu desperdiçar meu sofrimento em goles pequenos de um mate gelado

ainda não vi muito da vida

e também não quero ver como você

pode voltar que eu já finquei um dos pés

sábado, 2 de outubro de 2010

gostava das telhas soltas e de vaga-lumes brancos sobre o teto

carregando um pedaço de pano sobre as letras omitia cada trecho de uma história longa

há mais de mim nos outros que aqui dentro